Organizações e empresas pouco diversas: por onde começar as mudanças?

Para gestores de recursos humanos, administradores, operadores de marketing, equipe de vendas e donos de empresas, a diversidade é mais do que uma tendência, é uma necessidade estratégica — e muitas vezes é também um desafio. No entanto, muitas organizações ainda lidam com a pouca diversidade em seus quadros de funcionários.

A grande maioria das empresas brasileiras não avançaram em temas de inclusão e seguem pouco diversas, sendo que menos de 10% pode dizer que fez avanços significativos nessa área. Esse cenário não apenas limita a inovação, mas também afeta a representatividade e a competitividade das empresas. A questão é: por onde começar para transformar essa realidade?

A Mosaice pode auxiliar pessoas e organizações a promover a transformação! Nossa consultoria é pensada para deixar todo o caminho da mudança mais fácil de ser percorrido, como vamos demonstrar neste texto.

Identificando as barreiras à diversidade

O primeiro passo para promover a diversidade no ambiente de trabalho é reconhecer as barreiras que existem dentro da empresa. Muitas vezes, essas barreiras são sutis e passam despercebidas, mas têm um impacto significativo na composição da força de trabalho.

Entre as dificuldades mais comuns, estão os vieses inconscientes, que influenciam decisões de contratação e promoção, e as barreiras de entrada, que dificultam o acesso de certos grupos a oportunidades dentro da empresa.

Um ponto a ser destacado, em relação ao ingresso nas organizações, é que os processos seletivos tradicionais podem não considerar adequadamente a diversidade de perfis e práticas de recrutamento baseadas em “cultura organizacional” podem perpetuar a homogeneidade, privilegiando os que já são privilegiados.

Além disso, a falta de representatividade nos níveis mais altos da organização pode desencorajar candidatos diversos a postularem certas posições, criando um ciclo vicioso de pouca diversidade.

Como identificar as barreiras que impedem o avanço em diversidade e inclusão?

Identificar as barreiras que impedem o avanço em diversidade e inclusão é essencial para que empresas e organizações possam desenvolver estratégias eficazes para superar esses obstáculos. Aqui estão alguns passos e métodos para identificar essas barreiras:

1. Realizar uma análise diagnóstica:

  • Examine a composição atual da força de trabalho em termos de gênero, raça, etnia, idade, orientação sexual, identidade de gênero e outros aspectos relevantes. Compare esses dados com as referências bem sucedidas do setor ou da sociedade para identificar áreas onde a diversidade é limitada.
  • Analise e revise os processos de recrutamento, seleção, promoção e desenvolvimento de talentos para identificar práticas que possam estar excluindo ou desfavorecendo certos grupos.

2. Conduzir pesquisas internas e entrevistas

  • Realize pesquisas de clima com perguntas específicas sobre diversidade e inclusão para entender as percepções dos funcionários sobre o ambiente de trabalho. Isso pode revelar áreas onde as práticas inclusivas são fracas ou inexistentes.
  • Conduza entrevistas e grupos focais com funcionários de diferentes grupos demográficos para obter insights sobre suas experiências e identificar barreiras que talvez não sejam evidentes a partir dos dados quantitativos.

3. Identificar e reconhecer vieses inconscientes

  • Organize workshops ou treinamentos que ajudem os funcionários, especialmente aqueles em posições de tomada de decisão, a reconhecer e mitigar seus vieses inconscientes. Estes vieses podem influenciar decisões de contratação, promoção e até mesmo interações diárias no local de trabalho.
  • Avalie os processos de recrutamento e avaliação de desempenho para identificar padrões que possam estar afetando certos grupos de maneira desproporcional.

4. Avaliar a cultura organizacional

  • Examine a cultura organizacional, incluindo normas não escritas, piadas, e comportamentos comuns que podem ser excludentes ou discriminatórios. 
  • Ofereça canais anônimos, como ouvidorias, em que os funcionários possam reportar práticas ou comportamentos que consideram prejudiciais à diversidade e inclusão. Isso pode revelar problemas que de outra forma não seriam mencionados.

5. Analisar as políticas e práticas de inclusão existentes

  • Analise e revise as políticas atuais para identificar lacunas e áreas de melhoria. Verifique se as políticas são implementadas de maneira consistente e se são conhecidas por todos os funcionários.
  • Compare as práticas de sua organização com as melhores práticas do setor ou de empresas reconhecidas por sua excelência em diversidade e inclusão. Isso pode ajudar a identificar o que está faltando ou precisa ser ajustado.

6. Metas e monitoramento contínuo 

  • Elabore metas e indicadores de desempenho (KPIs) relacionados à diversidade e inclusão e monitore-os regularmente para identificar áreas onde os avanços não estão ocorrendo como esperado.
  • Esteja preparado para ajustar as estratégias com base no feedback contínuo dos funcionários e nos resultados das avaliações. A diversidade e a inclusão são metas em constante evolução, que requerem atenção e adaptação contínuas.

Implementando práticas de recrutamento inclusivo

Uma vez identificadas as barreiras, é essencial repensar as práticas de recrutamento. O recrutamento inclusivo é uma das maneiras mais eficazes de aumentar a diversidade na empresa. Isso envolve, por exemplo, a revisão das descrições de cargos para eliminar termos que possam ser excludentes, a ampliação dos canais de divulgação de vagas para alcançar uma audiência mais diversa e a capacitação dos recrutadores de reconhecer e mitigar seus vieses inconscientes.

A empresa também pode adotar programas de diversidade que incentivem a contratação de grupos sub-representados, como mulheres, pessoas negras, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, entre outros. Isso não significa baixar os padrões de contratação, mas sim assegurar que todos tenham uma chance justa de competir pelas posições, independentemente de sua origem ou identidade.

Criando um ambiente inclusivo para manter a diversidade

A mudança começa com o processo de contratação: atrair talentos diversos é apenas o primeiro passo. Para que a diversidade prospere, é necessário criar um ambiente verdadeiramente inclusivo, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas. Isso requer um compromisso contínuo com a cultura organizacional, promovendo a inclusão em todos os níveis da empresa.

Um ambiente inclusivo pode ser promovido através de programas de mentoria, onde funcionários de diferentes origens podem ser orientados e apoiados em seu desenvolvimento de carreira. A criação de grupos de afinidade, que permitem que funcionários com experiências similares se conectem e compartilhem suas perspectivas, também é uma estratégia eficaz.

Além disso, é fundamental que a liderança esteja engajada na promoção da inclusão, servindo como exemplo e incentivando práticas inclusivas em suas equipes.

Promover a diversidade dentro da empresa não é apenas uma questão de responsabilidade social, é uma estratégia de negócios que pode impulsionar a inovação, melhorar a tomada de decisões e ampliar a competitividade no mercado. Para os gestores de pessoas e recursos humanos, administradores e donos de empresas, começar essa transformação deve ser entendido como uma prioridade.

Ao identificar barreiras, implementar práticas de recrutamento inclusivo e criar um ambiente que valorize todas as pessoas, a empresa estará não apenas aumentando sua diversidade, mas também construindo uma base sólida para o sucesso a longo prazo.

A Mosaice tem um compromisso com a diversidade e a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, onde todos possam prosperar e alcançar seu pleno potencial. 

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Sócia fundadora, consultora e palestrante
Mestra e bacharela em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mariane possui formação complementar em Direito e Políticas Públicas pela Université de Lille, na França, e Humanidades pela Universidad de la República, no Uruguai. Também é bacharela em Letras pela UFMG.