Resistir é uma arte no mundo corporativo: como a resistência feminina no mundo corporativo ajuda a transformar pressões estruturais em estratégias coletivas de liderança, cuidado e impacto sustentável. Este artigo é para mulheres que já sentiram o peso de provar seu valor todos os dias e para lideranças que desejam criar ambientes inclusivos, saudáveis e inovadores.
Desafios das mulheres no mundo corporativo
E mesmo quando conseguimos performar dessa forma, não somos reconhecidas ou valorizadas no ambiente corporativo. Por isso, criamos estratégias para conseguirmos lidar com os desafios das mulheres e obstáculos da melhor maneira possível.
Ao longo da minha trajetória profissional advogada feminista e consultora em diversidade, conheci muitas outras mulheres enfrentando os mesmos dilemas: a sensação de ter que provar o próprio valor todos os dias, mulheres com síndrome de impostora quando são ótimas no que fazem, o medo de ser mal interpretada ao discordar, o peso de ser a única mulher na sala.
Essas vivências não são exceções. Elas fazem parte da estrutura de gênero das nossas corporações — uma estrutura que precisa ser olhada com seriedade. Segundo o relatório Women in the Workplace, as mulheres ocupam apenas 28% dos cargos gerenciais, e ainda ganham cerca de 21% a menos que os homens nas mesmas funções. No Brasil apenas 13,6% das mulheres ocupam cargos de liderança, conforme dados do IBGE de 2023.
Síndrome da impostora e solidão estratégica
- Síndrome da impostora: a sensação de insuficiência frente a padrões inalcançáveis, mesmo com alta performance.
- Solidão estratégica: quando a responsabilidade pela inclusão recai sobre poucas pessoas, sem recursos, rede ou patrocínio.
Mas o dado mais alarmante nem sempre é medido: o cansaço emocional. A solidão estratégica de quem segura sozinha a bandeira da diversidade, da inclusão, da escuta, do cuidado — muitas vezes sem apoio institucional.
Estratégias feministas aplicadas às empresas
Feminismo é prática cotidiana. No ambiente corporativo, ele se traduz em decisões mais justas, políticas de escuta, parentalidade responsável, redes de apoio e lideranças empáticas. Transformar resistência em potência significa criar condições para que mulheres liderem sem adoecer.
Políticas, liderança empática e redes de apoio
- Políticas claras de promoção e transparência salarial.
- Treinamentos em vieses inconscientes e liderança empática.
- Canais de escuta com retorno e indicadores.
- Patrocínio executivo para projetos liderados por mulheres.
- Círculos de mentoria envolvendo aliadas e aliados.
Autocuidado não é luxo. É estratégia coletiva.
Autocuidado não é luxo; é estratégia coletiva. Inspiradas por Audre Lorde, entendemos o autocuidado como preservação e política: um antídoto contra a sobrecarga crônica.
Para Lorde, o autocuidado é uma forma de resistir à constante demanda que a sociedade impõe sobre mulheres. Não se trata apenas de cuidados pessoais como bem-estar, mas de uma necessidade de sobrevivência em um mundo que constantemente busca negar a dignidade e invisibilizar certas pessoas.
Nas organizações, o autocuidado se traduz em ambientes mais humanos: com pausas respeitadas, líderes que escutam, equipes que não romantizam a sobrecarga, espaços seguros para falar sobre saúde mental.
O autocuidado não é um caminho solitário — ele é viável quando existe cuidado mútuo, redes de suporte, políticas institucionais que reconhecem os limites e respeitam a diversidade das experiências femininas.
Nas organizações, isso significa:
- Pausas respeitadas e gestão de carga realista.
- Líderes que escutam e evitam romantizar a exaustão.
- Espaços seguros para falar de saúde mental.
- Políticas que consideram diferentes contextos e experiências.
Cinco ações práticas para transformar resistência em potência
- Estabeleça círculos de mentoria e patrocínio entre mulheres e aliados.
- Padronize critérios de avaliação, promoção e remuneração com transparência.
- Ofereça treinamentos contínuos em vieses, comunicação não violenta e liderança empática.
- Institua rituais de cuidado: reuniões com tempo de foco, pausas, e metas sustentáveis.
- Monitore indicadores de inclusão (turnover, promoções, eNPS por gênero) e comunique resultados.
Benefícios para a empresa
- Redução de turnover e absenteísmo.
- Aumento de engajamento, inovação e produtividade.
- Melhoria do eNPS e do clima organizacional.
- Fortalecimento da marca empregadora e da retenção de talentos.
Palestra “Resistir é uma Arte”: o que você vai levar
A palestra é um convite para refletir trajetórias, fortalecer redes e reconhecer a própria força. Partimos de experiências comuns, apresentamos estratégias feministas aplicáveis e práticas de autocuidado e resistência coletiva que melhoram o ambiente de trabalho.
Você leva:
- Linguagem e repertório para nomear desafios e agir.
- Ferramentas para redes de apoio e patrocínio.
- Um plano inicial de ações para a sua equipe.
- Espaço seguro de troca com mulheres de diferentes áreas.
Por que as empresas precisam apoiar lideranças femininas
Empresas que cuidam de suas lideranças femininas e respeitam a diversidade de ritmos e talentos colhem frutos em inovação, engajamento e clima.
Na Mosaice, temos visto isso na prática: quando as mulheres são apoiadas e reconhecidas, elas lideram com potência, transformam culturas e inspiram novas possibilidades.
É hora de as empresas deixarem de ver a resistência feminina como incômodo — e começarem a entendê-la como um ativo estratégico.
Para quem é?
- Mulheres em qualquer nível hierárquico que desejam fortalecer sua potência e rede.
- Gestores e gestoras que buscam ambientes inclusivos e sustentáveis.
- Times de RH, DEI e liderança que querem avançar em políticas e práticas efetivas.
Vamos conversar?
Se você é mulher e se sentiu atravessada por esse texto, saiba que ele é para você. Se você lidera uma equipe e quer respirar novos ares, também é para você. A palestra “Resistir é uma Arte” está disponível para empresas e organizações que desejam abrir esse diálogo com escuta, sensibilidade e ação.
Leve a palestra “Resistir é uma Arte” para sua empresa e fortaleça lideranças femininas com estratégias práticas e acolhedoras.