Se você é de uma organização que ainda acredita que o combo chocolates + flores é a solução definitiva para celebrar o Dia Internacional da Mulher, calma! Não é o fim do mundo, mas é hora de evoluir.
É possível transformar o Mês das Mulheres em algo mais significativo, alinhado com a promoção da equidade e inclusão, sem perder a leveza e o bom humor. Afinal, há formas mais criativas (e eficazes) de valorizar o papel das mulheres do que encher o escritório de papel crepom rosa.
Neste post, vamos explorar um pouco sobre a história dessa data, o que a legislação brasileira fala sobre inclusão de gênero, exemplos do que é feito (de bom e nem tão bom assim) e, claro, trazer ideias práticas e transformadoras para celebrar a data com propósito. A Mosaice está aqui para ajudar!

Uma breve história do Dia Internacional da Mulher
Antes de organizar qualquer campanha, é importante lembrar por que o 8 de março existe. Spoiler: não foi criado para promover promoções de maquiagens ou descontos em almoços. O Dia Internacional da Mulher tem raízes históricas profundas, marcadas por lutas de mulheres por melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade social.
A data ganhou força no início do século XX, com movimentos nos Estados Unidos e na Europa. Um dos marcos mais citados é a greve das trabalhadoras têxteis em Nova York, em 1908, que exigiam melhores condições de trabalho, redução da jornada e o fim do trabalho infantil.
A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas – ONU, em 1975, com foco na reflexão sobre os direitos e conquistas das mulheres.
Portanto, se você pretende distribuir brindes no escritório, lembre-se: o 8 de março é um convite para pensar em mudanças estruturais, não superficiais.
O que diz a legislação brasileira sobre inclusão e equidade de gênero nas empresas?
Para quem acredita que equidade de gênero é apenas “modinha” ou “pauta social”, é bom lembrar: há respaldo legal. No Brasil, temos diversas normativas que abordam a promoção da igualdade entre homens e mulheres. Aqui estão alguns pontos relevantes:
- Constituição Federal (1988): A igualdade de gênero é garantida pelo artigo 5º, que estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Também temos o artigo 7º, que trata da proteção da mulher no mercado de trabalho, inclusive contra discriminação por salários.
- Lei Maria da Penha (2006): Embora voltada para a violência doméstica, a lei também reforça a importância de combater práticas discriminatórias.
- Lei de Cotas (1991): Apesar de ser mais lembrada para pessoas com deficiências, a legislação também se conecta à equidade, quando lida com a diversidade nos processos seletivos.
- Convenções Internacionais: O Brasil é signatário de tratados internacionais, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), da ONU.
Portanto, criar um ambiente inclusivo não é apenas uma boa ideia – é também uma prática alinhada à lei. Além disso, pode evitar constrangimentos desnecessários, como processos trabalhistas.
O que as empresas têm feito para “celebrar” o 8 de março (e onde erram)?
Agora é hora de colocar o dedo na ferida. Muitas empresas se esforçam, mas ainda caem no clichê. Aqui estão alguns exemplos comuns que vão direto para o hall da fama do “tá tentando, mas não rolou”:
- Distribuir flores: Nada contra tulipas e rosas, mas entregar flores sem nenhuma ação concreta de inclusão não resolve o problema de fundo.
- Homenagens genéricas: É aquele momento em que alguém fala no microfone: “Vocês mulheres são incríveis!”. Ok, mas… o que está sendo feito para apoiar essas mulheres diariamente?
- Descontos em produtos “femininos”: Nada grita “estereótipo” como promoções de cosméticos e utensílios de cozinha, como se todas as mulheres compartilhassem os mesmos interesses.
- Eventos “femininos”: Workshop de maquiagem ou “aula de zumba para mulheres” pode ser divertido, mas também perpetua clichês. Mulheres também querem falar de liderança, tecnologia e negociação salarial.
- Palestras desconectadas: Convidar alguém para falar sobre “como equilibrar carreira e maternidade” sem pensar no contexto da empresa pode soar mais como reforço de estereótipos.
Embora algumas dessas ações possam ser bem intencionadas, elas geralmente não geram impacto real. A boa notícia é que isso pode mudar com criatividade e vontade de ir além.
O que pode ser feito para transformar a data (e o mês)?
Aqui começa a parte divertida: alternativas que vão além do óbvio e ajudam a criar um ambiente mais inclusivo, de verdade. Inspire-se:
1. Palestras com impacto real
Convide mulheres líderes para compartilhar suas trajetórias. Pode ser sobre os desafios enfrentados no mercado de trabalho, conquistas pessoais ou mesmo as dificuldades que ainda existem para promover a equidade. Uma palestra sobre liderança inclusiva seria um ótimo caminho!
2. Workshops transformadores
Ao invés de oficinas clichês, invista em capacitações que empoderem as mulheres e ajudem a combater preconceitos. Com humor e muito aprendizado, um workshop de autodefesa contra “mansplaining” ou “interrupções” em reuniões é o que as mulheres querem!
3. Campanhas internas com significados profundos
Troque brindes superficiais por ações reais, como:
- Investir em educação e formação profissional para mulheres da empresa.
- Criar um “banco de talentos femininos” para incentivar contratações inclusivas.
- Desenvolver campanhas de conscientização sobre equidade de gênero.
4. Roda de histórias inspiradoras
Crie um espaço seguro onde as mulheres da organização possam compartilhar suas trajetórias, desafios e sonhos.
5. Reavaliação de políticas internas
Use o mês para revisar as políticas da empresa para realmente promover igualdade. Isso inclui:
- Análise de disparidade salarial.
- Programas de mentorias para mulheres.
- Estratégias para combater o assédio.
Se o Mês das Mulheres for um gatilho para transformar o ambiente corporativo, ele terá cumprido seu papel.
Transforme o mês de março em um legado!
Por que limitar as ações a março? Use o Dia Internacional da Mulher como um marco para estabelecer um compromisso contínuo com a equidade de gênero na sua organização. Crie um calendário de ações ao longo do ano, garantindo que o tema continue em pauta.
Programas de treinamento sobre vieses inconscientes ou mentorias podem ter impacto duradouro, especialmente se forem acompanhados de métricas para avaliar resultados.
Ao repensar as ações do 8 de março, você ajuda a criar um ambiente mais justo, onde as mulheres são valorizadas não apenas por um dia, mas todos os dias.
Então, que tal guardar os chocolates e flores para outro momento e transformar este Mês das Mulheres em um verdadeiro marco de impacto? Entre em contato.