A importância da acessibilidade no ambiente corporativo

No cenário corporativo atual, a acessibilidade é mais do que uma obrigação legal, é um valor que reflete o compromisso de uma empresa com a inclusão e a equidade. Para todas as pessoas da empresa, de administradores e CEOs a funcionários, entender a importância e a prática da acessibilidade é crucial para criar um ambiente onde todos possam prosperar, independentemente de suas capacidades físicas, sensoriais ou cognitivas.

A Mosaice é uma consultoria que sabe que a acessibilidade é o pilar da inclusão de pessoas com deficiência (PcD). Neste artigo, vamos mostrar alguns dos obstáculos enfrentados por PcDs nas empresas e como uma consultoria em diversidade e inclusão pode auxiliar na sua superação.

Ausência de acessibilidade: um obstáculo a ser superado pelas empresas

Pessoas com deficiência enfrentam diversas barreiras no ambiente de trabalho, que vão além das barreiras físicas e incluem desafios atitudinais (que impedem a participação social da pessoa), tecnológicos e de comunicação. Algumas das principais dificuldades incluem:

  1. Barreiras arquitetônicas: A falta de acessibilidade física, como a ausência de rampas, elevadores ou banheiros adaptados, impede a mobilidade e a independência das PcDs no ambiente de trabalho. Mesmo quando presentes, essas adaptações muitas vezes não seguem as normas adequadas, tornando-as ineficazes.
  2. Barreiras tecnológicas: A ausência de tecnologias assistivas ou a falta de adaptação dos sistemas e softwares corporativos podem limitar a capacidade das PcDs de desempenhar suas funções. Por exemplo, uma pessoa com deficiência visual pode enfrentar dificuldades se os sistemas de TI da empresa não forem compatíveis com leitores de tela.
  3. Atitudes e preconceitos: O capacitismo, ou seja, a discriminação baseada na suposição de que pessoas com deficiência são menos capazes, é uma barreira significativa. Atitudes preconceituosas por parte de colegas ou gestores podem criar um ambiente hostil ou de subestimação das capacidades das PcDs, afetando seu desempenho e bem-estar no trabalho.
  4. Falta de flexibilidade: A rigidez nos horários de trabalho e na organização das tarefas pode não levar em conta as necessidades específicas das PcDs, como a necessidade de pausas adicionais ou adaptações no local de trabalho para minimizar o impacto de suas deficiências.
  5. Comunicação ineficiente: A falta de acessibilidade na comunicação, como a ausência de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou de materiais em formatos acessíveis (braille, texto em áudio e outros), pode excluir PcDs de reuniões, treinamentos e processos decisórios, limitando sua participação ativa na empresa.

Reconhecer os diferentes corpos que colaboram nas empresas é o primeiro passo para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. O passo seguinte é promover as mudanças necessárias para a superação das barreiras, físicas ou não, que impedem a acessibilidade.

Acessibilidade como prática inclusiva

A acessibilidade vai além de rampas de acesso e banheiros adaptados: ela inclui a adaptação de processos de trabalho, comunicação e até mesmo a cultura corporativa para garantir que todas as pessoas, independentemente de suas capacidades, possam participar plenamente. Isso inclui a adoção de tecnologias assistivas, a flexibilidade nos horários de trabalho, a adaptação dos materiais de comunicação para formatos acessíveis e a criação de um ambiente de trabalho livre de preconceitos.

Empresas e órgãos públicos devem revisar regularmente suas práticas para garantir que estejam alinhadas com as necessidades de todos os funcionários. Isso pode envolver a realização de auditorias de acessibilidade e a consulta direta a funcionários com deficiência para entender melhor suas necessidades.

O que as leis brasileiras dizem sobre acessibilidade

No Brasil, a acessibilidade no ambiente corporativo é garantida por várias leis que visam promover a inclusão das PcDs. Abaixo estão algumas das principais normas que tratam do tema:

Estabelece o conceito de acessibilidade, que abrange a eliminação de barreiras nos ambientes físicos, transportes, comunicação e informação, garantindo o acesso das PcDs em igualdade de condições. Além disso, estipula que as empresas devem garantir condições de acessibilidade no ambiente de trabalho, desde o processo seletivo até a permanência no emprego. Também garante às PcDs o direito a condições de trabalho acessíveis e seguros, que levem em consideração suas especificidades.

Define que as empresas e os órgãos públicos devem eliminar barreiras arquitetônicas e de comunicação para garantir acessibilidade a todos os cidadãos. Também estabelece normas gerais e critérios básicos para promover a acessibilidade das PcDs em edifícios de uso público e privado, incluindo locais de trabalho.

  • Consolidação das Leis do Trabalho (CLT):

Proíbe a discriminação no trabalho com base em deficiência e assegura que o acesso ao emprego, remuneração e formação profissional das PcDs devem ser garantidos em igualdade de condições.

Proíbe a discriminação em relação ao salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência.

As leis são fundamentais para assegurar que as PcDs tenham acesso a um ambiente de trabalho justo, acessível e inclusivo. As empresas devem implementar essas normas em suas práticas diárias, garantindo que as PcDs tenham as mesmas oportunidades e direitos que os demais colaboradores.

Estratégias para promover a acessibilidade

Uma consultoria em diversidade, inclusão e equidade, como a oferecida pela Mosaice, tem as ferramentas, métodos e procedimentos necessários para promover a inclusão de pessoas com deficiência em empresas. Essa transformação deve conter:

  1. Educação e sensibilização: organização de treinamentos regulares sobre acessibilidade e capacitismo para todos os níveis da organização. Isso ajudará a criar uma cultura mais inclusiva, onde todos entendam a importância da acessibilidade e como implementá-la.
  2. Adaptação de espaços e ferramentas: investimento em adaptações físicas e tecnológicas que garantam o acesso e a participação de todos os funcionários. Isso pode incluir desde a instalação de rampas e elevadores até o uso de softwares de leitura de tela para funcionários com deficiência visual.
  3. Políticas de inclusão: desenvolvimento e implementação de políticas claras de inclusão que abordem as necessidades específicas de funcionários com deficiência. Isso inclui desde a fase de recrutamento até a progressão na carreira, garantindo que todos tenham as mesmas oportunidades.
  4. Monitoramento e avaliação contínuos: criação de mecanismos de feedback para avaliar regularmente a eficácia das estratégias de acessibilidade. Isso pode ser feito através de pesquisas de clima organizacional ou reuniões de feedback com funcionários com deficiência.

A acessibilidade no ambiente corporativo não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também de justiça, equidade e bom senso empresarial. Ao superar o capacitismo, desmantelar o mito da capacidade (crença de que as habilidades físicas ou mentais padrão são as únicas que importam ou são desejáveis no ambiente de trabalho) e valorizar todos os corpos, as empresas podem construir ambientes de trabalho verdadeiramente inclusivos, onde todos os funcionários têm a oportunidade de atingir seu pleno potencial.

Para as empresas, abraçar a acessibilidade é abraçar o futuro do trabalho. A Mosaice tem um compromisso com a diversidade e a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, que reconheça a diversidade de corpos, habilidades e competências, onde todos possam prosperar e alcançar seu pleno potencial.

Promova a inclusão, entre em contato!

Sócia fundadora, consultora e palestrante
Mestra e bacharela em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mariane possui formação complementar em Direito e Políticas Públicas pela Université de Lille, na França, e Humanidades pela Universidad de la República, no Uruguai. Também é bacharela em Letras pela UFMG.